Espanha multa fuga radioactiva em central
Uma fuga radioactiva numa central nuclear espanhola localizada no noroeste da catalunha foi ocultada pelos responsáveis das instalações. Agora, o Conselho de segurança Nuclear daquele país propõe multas muito pesadas.
A fuga, ocorrida em 26 de Novembro de 2007, só foi descoberta em Abril do corrente ano e quase por mero acaso, quando um funcionário da central "soprou" o segredo a um inspector de segurança que terminava a sua visita. Mas as investigações posteriores mostraram ter havido dispersão de partículas radioactivas para o exterior da central, nomeadamente de cobalto-60.
Os dois principais responsáveis das instalações da unidade Ascó I, propriedade de uma filial da Endesa e da Iberdrola, já foram afastados. Ontem, o jornal "El País" indicava como sem precedentes o valor das multas propostas pelo órgão de fiscalização estatal em matéria de segurança nacional. Elas podem oscilar entre os nove milhões e os 22,5 milhões de euros, cabendo ao Ministério da Indústria decidir a quantia definitiva. O responsável pela pasta já avisou que se decidiria pela sanção mais pesada. Há dois anos, a central nuclear de Vandellòs II, propriedade das mesmas empresas, havia sido multada em 1,6 milhões de euros.
Os conselheiros de segurança nuclear consideraram que a central implantada em Tarragona cometeu seis tipo de erros. No topo da gravidade, eles colocam a minimização dos riscos por parte de quem geria a instalação: é que, no período após a fuga de radiação, até visitas escolares foram autorizadas como actividade corrente.
Análises feitas posteriormente a centenas de pessoas não revelaram doses mais elevadas que as definidas como toleráveis pelo organismo humano, mas esta atitude foi censurada pelo Conselho. Tal como o facto de a central não ter estabelecidos sistemas de controlo para verificar se havia pessoas afectadas, nem tão pouco tomou medidas para isolar o local. Por outro lado, não só não foi feito registo do sucedido, como foram dadas ordens para que os trabalhadores não anotassem a detecção de partículas radioactivas. O Governo espanhol vai ouvir ainda as alegações da empresa.
Eduarda Ferreira
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